A Revista “Quatro Rodas” utilizou o “Bom Dia, Seguro!”, grupos formado por corretores de seguros da comunidade do CQCS, no Whatsapp, para responder à intensa insatisfação manifestada pela categoria quanto ao teor da matéria publicada na edição de maio daquela publicação sobre a venda do “seguro pirata” por cooperativas e associações.
Na resposta, o redator-chefe da revista, Zeca Chaves, alega que a “Quatro Rodas” não está nem contra nem a favor das proteções veiculares oferecidas pelas cooperativas. “Nosso compromisso é com a informação. Como esse tipo de serviço passou a ficar conhecido no Brasil, era nossa obrigação explicar o assunto a quem acompanha a revista”, destaca Chaves.
Em outra resposta às críticas feitas por corretores de seguros, através do Facebook da revista, Zeca Chaves foi mais enfático, assinalando que o produto “não é marginal”. O redator da “Quatro Rodas” argumentou ainda que o Proteste e o Procon, ouvidos na matéria, também atestaram que o produto não é ilegal. “Não sendo ilegal, é assunto tratável”, acrescentou o jornalista.
Diante da reação negativa dos corretores de seguros do grupo “Bom Dia Seguro” a essas respostas, o administrador dos grupos e diretor executivo do CQCS, Gustavo Doria Filho, assinalou que, embora os argumentos do redator da revista 4 Rodas não tenham levado em conta as informações passadas pelos Corretores, foi aberta a possibilidade de debater de forma mais apurada a atuação das empresas (sic) do Seguro Pirata em uma reportagem futura, mostrando o lado nefasto para a sociedade desta atividade marginal. “Será, então, prestado um grande serviço para sociedade, informando aos incautos que pirata é pirata, deixando para contratar seguro pirata aquele que é pirata também”.
Vejam, abaixo, na íntegra, as respostas da Revista “Quatro Rodas” para os corretores de seguros:
Primeira resposta (às críticas feitas através do “Bom dia, Seguro!”):
“Caro leitor,
Em primeiro lugar, agradeço pela mensagem e pela oportunidade de poder esclarecer alguns pontos. A Quatro Rodas não está nem contra nem a favor das proteções veiculares oferecidas pelas cooperativas. Nosso compromisso é com a informação mais completa para o nosso leitor. Como esse tipo de serviço passou a ficar conhecido no Brasil, era nossa obrigação explicar o assunto a quem acompanha a revista.
O serviço não é considerado ilegal, apenas não é regulamentado — exatamente como o caso do Uber x taxistas. E quem disse isso foram os dois órgãos de defesa do consumidor que foram ouvidos pela reportagem, a Proteste e o Procon. É verdade que o texto explica as qualidades do serviço, mas também alertou para os riscos (aliás, já no subtítulo). Dizemos que o serviço não é fiscalizado pela Susep, que há casos de clientes que tiveram problemas no conserto, de pagamento fora da tabela Fipe e até de não pagamento. Esta fala, inclusive, está na boca de um corretor, que também foi ouvido. Publicamos ainda que, na visão d a Susep, essas cooperativas agem à margem da lei e que as associações de defesa do consumidor são críticas. Está tudo lá na reportagem.
Quanto à conclusão se é um bom ou um mau negócio, deixamos para o leitor decidir. Eu, pessoalmente, tenho um seguro automotivo tradicional feito com minha corretora de confiança há anos — e estou feliz.
Atenciosamente
Zeca Chaves
Redator-chefe – QUATRO RODAS”
Segunda resposta (Facebook):
“Caro Flavio, permita-nos dizer que não induzimos ninguém a nada. A reportagem é CLARA – está escrito nas primeiras linhas – que o seguro em questão não é regulamentado, nem de competência da Susep.
A missão de QUATRO RODAS é informar. Logo, demos informação sobre a existência da modalidade, bem como seus riscos e condições. Ao leitor cabe julgar o que é adequado e tomar suas decisões conforme melhor convir.
Não induzimos ninguém a nada, mas não podemos ofender a inteligência de quem nos acompanha por simplesmente ignorar a existência do assunto. De nosso lado, repudiamos o fato de um veículo de comunicação fazer julgamentos de caso em nome de quem lê. Nós informamos, divulgamos, os leitores decidem o que é melhor para si próprios. Obrigado por nos acompanhar.
Só faltou um ponto: o produto não é marginal. Você pode considerar totalmente inadequado – julgamento seu. Porém, segundo Proteste e Procon, conforme dito na matéria, não é ilegal. Não sendo ilegal, é assunto tratável”.
Fonte/Autor por: CQCS