Com o poder de compra do brasileiro em queda e o desemprego em alta, alguns gastos tiveram que ser cortados. E um dos primeiros itens eliminados nessa lista foram os seguros, no entanto, os mais procurados e que não podem faltar em qualquer portfolio são os de proteção financeira (renda, saúde, vida e previdência privada) e patrimoniais (veículos, imóveis e empresarias). Para o corretor de seguros e consultor de proteção financeira, Erico Parente, o clima de insegurança também proporciona essas necessidades de proteção.
Segundo ele, não houve aumento significativo na demanda do Amazonas no último ano se comparado a 2015. Já em nível nacional, os dados da Confederação das Seguradoras (CNseg), apontam que as vendas caíram no primeiro semestre do ano passado, mas se recuperou nos últimos seis meses com projeção de aumento entre 8% e 10% no fechamento de 2016. Até outubro, o volume de vendas de seguros e contribuições de previdência e capitalização totalizava R$ 189 bilhões.
“Como 2016 foi duro para a economia do país, o segmento sentiu isso. O momento econômico impediu que muitos brasileiros contratassem os seguros em função da renda comprometida”, avalia. O corretor conta que a seguradora analisa o perfil do cliente e os riscos do carro, no caso de seguros para veículos. Outro tipo de seguro, o de vida leva em consideração a idade e o valor indenizatório contratado. “Existe a partir dos 16 anos até os 70 anos. Por exemplo, uma pessoa de 30 anos com salário de R$ 3 mil, o custo da cobertura de renda será de R$ 54,57 no caso de afastamento por até um ano. Já indenização por morte, o valor fica R$ 31,50 anual, se o falecimento for precoce”, comenta.
Parente ainda destaca que há duas modalidades para seguros de imóveis: casas e apartamentos. “A diferença entre elas, é que para apartamento o risco é menor e consequentemente mais barato. Um que tenha a cobertura básica (incêndios, raios e explosão de gás) de R$ 100 mil, o custo anual é R$ 102. Danos elétricos e roubo são de R$ 5 mil cada. Já uma casa com cobertura de R$ 2,8 milhões, paga em média 2 mil por ano e a cobertura por roubo fica em R$ 30 mil. Também temos consultório odontológico com cobertura de incêndio de R$ 100 mil e roubo a R$10 mil, com custo anual de R$ 692”, salienta.
Para a consultora de vendas de seguros, Marta Fernandes, 2016 foi fraco em termos de vendas, pois alguns clientes não conseguiram renovar seus contratos devido à crise econômica. “Mas não tive prejuízos graves porque mantenho uma clientela fixa em maioria de classe alta”, argumenta. E sobre os valores de alguns seguros, ela explica que se for de Previdência, o custo está de R$200 e R$300 dependendo do tempo em que o segurado deseja pagar. Já seguro de Balsa, que vai de R$ 80 reais a R$ 200 reais.
“Hoje quase ninguém faz seguro de objetos pessoais, porque o valor do seguro é acrescentado no total do seguro do veículo o imóvel. Por isso, o valor sai mais caro para o cliente”, afirma a consultora. Em relação a veículos, Fernandes conta que um carro popular inicia de R$ 1.5 mil a R$ 2 mil reais por ano e os carros de médio porte, o valor do seguro custa de R$3 mil a R$ 5 mil. Por fim, o carro de luxo, de R$4 mil a R$ 8 mil ao ano.
Mercado garante tranquilidade
De acordo com um dos membros da diretoria do Sincor AM/RR, (Sindicato dos Corretores de Seguros do Amazonas e Roraima), Elias Brasilino de Souza, investir em seguros da linha geral é garantir tranquilidade no futuro. “Muitas pessoas ainda acham que o custo com seguros é alto, mas na verdade é acessível e em período de crise é o que deveria se fazer. Por exemplo, se a pessoa tem um carro de R$ 30 mil, o valor do seguro será na média de R$ 1,5 mil por ano. Agora se opta em não ter o serviço segurador, ela assume o risco do valor integral daquele patrimônio”, disse.
Segundos dados do Sindicato do Amazonas, há um total de 17 seguradoras instaladas, incluindo Amil e Gboex. De janeiro a novembro de 2016, o Estado teve queda de 1%. “Considerando que Manaus representa 95% da produção de seguros no Estado significa que até novembro, o índice negativo de 0,95%. No entanto, espera-se um fechamento positivo entre 1% a 2%”, comenta. Há 32 anos no ramo de corretagem, Souza também possui uma empresa especialista em seguros. Ele reforça que os valores de alguns seguros variam conforme critérios avaliados pelas seguradoras.
“Se for um carro, o seguro verifica a experiência e a faixa etária de quem dirige. As mulheres, por exemplo tem menos probabilidade de bater e sai mais barato que os homens. Geralmente, o custo desse tipo de seguro será entre 3% a 10% do valor do veículo. Agora uma casa com cobertura de incêndio de R$ 150 mil, o custo anual será de R$ 150”, explica. Já o seguro de previdência segue uma tabela progressiva, levando em consideração renda e o tempo de pagamento. “Um bom prazo para é com 10 anos, porque antes não vale a pena sacar pelo custo administrativo alto”, orienta o corretor.
Desburocratização é uma das metas
Segundo os corretores de seguros, o grande gargalo na hora de receber a indenização é a falta de documentos. Na avaliação de Souza, algumas demoras podem ser associadas a outros entraves. “Em alguns casos como de carro financiado, o seguro quita o valor e tudo deve estar em dia, mas demora o processo de financiamento. No entanto, se no geral estiver tudo em ordem a seguradora paga em até 30 dias”, conta.
Saber quais são os documentos necessários e tê-los organizado torna o processo indenizatório bem simples, orienta Parente. Segundo ele, o papel do corretor é importante nesse momento. “Se você não tiver informação vai encontrar dificuldades, por isso o corretor deve acompanhar as indenizações para esclarecer, organizar e mediar a entrega dos documentos a seguradora”, revela.
Dicas
Para os interessados, os especialistas alertam que é importante pesquisar os produtos oferecidos no mercado. Além disso, encontrar uma boa assessoria para atender as necessidades do cliente dentro da sua realidade financeira também é fundamental para não ter dor de cabeça na hora de receber a indenização. “O consumidor sabe tem necessidade, mas não o produto que tem que adquirir. Então entra o corretor que vai oferecer o serviço mais adequado ao cliente sem comprometer a renda”, afirma Parente.
Referente aos produtos de seguros oferecidos na internet, o corretor diz que são ofertados pacotes mais baratos, mas sem a transparecia necessária. “Hoje o cliente entende o que ele está comprando e a comunicação avançou muito. Eu mesmo uso o WhatsApp e negocio através de ferramentas da internet, mas na hora da transição tem que ser por um corretor e uma empresa capacitada para evitar adquirir algo que nem pode estar na sua cidade.
E na hora que precisar ser atendido, não saberá onde recorrer”, sentencia Parente.
Souza reforça a importância do corretor de seguros. “Pela internet, o produto fica à mercê de intermediários e corre o risco de deixar na mão quando mais precisar. Por isso, não se pode substituir a figura desse profissional”, finaliza.
Por: Hellen Miranda hmiranda@jcam.com.br