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Minas Gerais tem redução de 32% em ocorrências de roubos de carga

Estado é o terceiro colocado em registro de roubos de carga, ficando atrás de São Paulo e Rio de Janeiro; entre junho e novembro, foram mais de R$ 150 milhões em prejuízos

Uma das maiores preocupações dos transportadores e motoristas profissionais nos últimos anos tem sido o crescente aumento no número de roubos de carga no país. No entanto, dados divulgados recentemente pela Polícia Militar de Minas Gerais (2ª Região) relatam uma redução de 32% nas ocorrências registradas entre junho e novembro de 2016 em relação ao mesmo período de 2015. A retração aparece como resultado do projeto Carga Segura da PMMG em parceria com a Federação e Sindicato das Empresas de Transportes de Carga do Estado de Minas Gerais (Fetcemg e Setcemg).

O assessor de segurança da Fetcemg e Setcemg, Ivanildo Santos, explica que o projeto Carga Segura surgiu como resultado das intensas discussões entre os transportadores e embarcadores integrantes do Grupo Técnico de Trabalho de Segurança Logística do Setcemg e a Segunda Região da Polícia Militar de Minas Gerais (2 ª RPM). “O projeto foi criado em maio e tem o objetivo de impedir o aumento do número de roubo de cargas em Belo Horizonte e Região Metropolitana e também como uma forma de alertar transportadores e motoristas de caminhão para adoção de medidas de prevenção a esse tipo de crime.”

Segundo Ivanildo, desde então, o projeto tem fiscalizado, realizado blitz nos grandes corredores da Região Metropolitana e também promovido ações integradas com palestras junto aos transportadores orientando sobre os cuidados que devem ser tomados para prevenir roubos de carga. Uma das propostas do Carga Segura é setorizar o policiamento e valorizar as unidades básicas de policiamento. Diversas empresas de transportes já foram visitadas em Contagem e Betim e formados subgrupos de policiamento dessas regiões. A partir das informações coletadas por esses grupos, o comando aciona o setor de inteligência da polícia para multiplicar as ações. “A ideia é que transportadoras e motoristas funcionem como uma câmera viva de monitoramento”, comenta Ivanildo.

De acordo com dados da Polícia Militar, entre maio e novembro de 2016 foram registradas 733 ocorrências relacionadas a roubos de carga no Estado de Minas Gerais, cerca de 25% da carga foi recuperada, 85 veículos e 75 armas de fogo, apreendidos e 120 pessoas foram presas. A projeção em prejuízos é de mais de R$ 150 milhões. Mas esses dados podem ser ainda maiores, segundo revela Ivanildo. “Não temos um sistema interligado nacionalmente. Muita gente que é roubado no Norte de Minas, por exemplo, deixa para fazer o registro na Bahia e essa ocorrência não chega até nós pela falta desse sistema interligado. Isso é uma falha nacional”, ressalta. Atualmente, Minas Gerais está em terceiro lugar em número de roubos de carga ficando atrás de São Paulo (segundo) e Rio de Janeiro (primeiro).

Entre as cargas mais roubados estão os combustíveis, junto com os equipamentos eletrônicos, celulares, eletrodomésticos, confecção, ferro e aço, cigarro, cosméticos e outras. “O combustível é uma carga bem visada no mercado, porque tem comércio fácil e rápido. Percebemos que houve roubos de álcool anidro, diesel e gasolina neste ano. No ano de 2015, no primeiro semestre, tivemos um grande número de roubos de QAV (querosene de aviação), o que não ocorreu neste ano em nosso Estado”, revela.

Existem alguns cuidados que devem ser tomados para prevenir o roubo de cargas. Um deles, de acordo com Ivanildo, é cumprir o protocolo de segurança. “Existe um protocolo de segurança que passamos para os transportadores. Junto com ele, orientamos as empresas a fazer uma boa gestão de sua frota, criar procedimentos de paradas e orientar seus motoristas quanto a local de pernoite.”

Conhecer a rota e analisar os pontos de paradas seguros (pessoalmente, enviando profissionais capacitados em segurança patrimonial) são fundamentais, além de elaborar um mapa de viagem e determinar o seu cumprimento para os motoristas. Se os caminhões possuírem rastreadores, a empresa deve criar cercas eletrônicas (sistema que permite a identificação quando um veículo sai da rota traçada) quando identificar pontos de riscos no percurso da viagem.

 

Escrito por  Interface Comunicação Empresarial