Para a Entidade, apenas depois de resolvida a situação política e com o novo presidente do Banco Central devidamente empossado é que se poderá contar com um ambiente melhor para reduzir os juros sem riscos de descontrole da inflação
O Banco Central (BC) preferiu adotar uma postura conservadora e manteve a taxa básica de juros Selic em 14,25% ao ano, pela sétima vez consecutiva, diante de um cenário ainda bastante instável. Para a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), as dúvidas relacionadas ao ambiente político, somadas à expectativa de inflação elevada, acima da meta, parecem ainda não abrir espaço para o início da queda dos juros.
Apesar de alguns sinais de desaceleração, a inflação se mantém acima do desejado, e o BC não viu oportunidade para o início da redução das taxas de juros apesar da retração da atividade econômica e do aumento do desemprego, que já ultrapassa os 11%. A Entidade pondera também que a situação da economia é muito ruim e a atual diretoria do BC ainda está em momento de transição, sendo que seu novo presidente foi aprovado pelo Senado para assumir o cargo apenas na terça-feira, fato que também deve ter influenciado a decisão do órgão.
Na análise da FecomercioSP, apenas após resolvida a situação política, com um grau de certeza maior do que o atual, e com o novo presidente do Banco Central devidamente empossado e aclimatado, é que se poderá contar com um ambiente melhor para conseguir combater a inflação sem ter de manter os juros nas alturas, como atualmente.
A Federação acredita, porém, que já na próxima reunião haverá condições para o início do processo de redução de juros. Com o fim da transitoriedade no comando do Executivo Federal, o Banco Central e as autoridades econômicas terão condições de adotar medidas para a redução de juros sem comprometimento do controle inflacionário. Na avaliação da FecomercioSP, as primeiras ações do novo governo foram positivas, podem melhorar a trajetória das contas públicas e, com isso, ajudar o BC no combate à inflação.
Porém, a Entidade acredita que o momento atual é de espera, mesmo diante das sinalizações positivas das novas diretrizes econômicas para o País, bem como da leve desaceleração da inflação e da valorização do Real. Por conta disso, a opção do BC em se manter neutro parece ser a mais indicada para essa reunião, mas está cada vez mais evidente que um novo ciclo de queda de juros se aproxima. A FecomercioSP entende que a economia está estrangulada por muitos impostos e juros elevados, incompatíveis com o quadro de acentuada queda de PIB, e acredita que os juros caiam em breve, trazendo, assim, algum alívio para o setor de comércio de bens, serviços e turismo.
Sobre a FecomercioSP
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) é a principal entidade sindical paulista dos setores de comércio e serviços. Congrega 157 sindicatos patronais e administra, no Estado, o Serviço Social do Comércio (Sesc-SP) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac-SP). A Entidade representa um segmento da economia que mobiliza mais de 1,8 milhão de atividades empresariais de todos os portes. Esse universo responde por 11% do PIB paulista – aproximadamente 4% do PIB brasileiro – e gera 5 milhões de empregos.
Fonte/Autor por: Assessoria de imprensa FecomercioSP