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Inflação tem aumento de 0,26% em outubro

Segundo o IBGE, a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apresentou uma aceleração de 0,08% em setembro para 0,26% em outubro. Tal resultado veio em linha com a expectativa dos economistas e foi a menor taxa para o mês desde 2000, quando apresentou alta de 0,14%. O índice acumula alta de 5,78% no ano, frente a 8,48% no mesmo período de 2015. No acumulado em doze meses, houve desaceleração de 8,48% para 7,87%.

A análise dos dados revela que o grupo que mais puxou a inflação foi o relativo a transportes. Em outubro houve um aumento de 0,75% neste grupo, vis-à-vis um de 0,10% no mês anterior. Cabe ressaltar que a despeito da redução no valor do combustível autorizado pela Petrobras, este não foi repassado ao consumidor e, na realidade, resultou em um aumento na gasolina (de -0,40% para +1,22%) e no etanol (de 0,83% para 6,09%). Ademais, no dia 08/11/2016 a Petrobras anunciou o corte no preço diesel nas refinarias em 10,4% e o da gasolina em 3,1%. Resta saber se ocorrerá o repasse ao consumidor desta vez. Caso ocorra, terá um efeito expressivo na inflação do mês seguinte. Isso representaria uma redução de 6,6% no preço do diesel na bomba (-R$ 0,20 por litro) e de 1,3% da gasolina (-R$ 0,05 por litro).

Por último, mas não menos importante, outro fator preponderante no aumento da inflação no grupo de transporte foi os preços das passagens aéreas, que apresentou alta acima de 10%.

O grupo de alimentos e bebidas continua em deflação, mas passou de -0,29% em setembro para -0,05% em outubro. O leite longa vida teve forte influência devido à sua expressiva queda de preços de 10,68%. Em uma tendência oposta, carnes tiveram um aumento dos preços de 2,64%. Outros grupos também tiveram uma desaceleração da inflação, a saber, os relativos especialmente a despesas pessoais (de 0,10% para 0,01%) e educação (de 0,18% para 0,02%). Em contrapartida, ocorreu aumento dos preços de vestuário (de 0,43% para 0,45%) e saúde e cuidados pessoais (de 0,33% para 0,43%). A alta nos preços administrados passou de 0,37% para 0,54%, o que se explica pelo comportamento dos preços de combustíveis descritos anteriormente. No que se refere aos preços dos livres, este passou de estável para uma alta de 0,17%.

Neste ambiente, e dentro de uma diretriz de política monetária extremamente ortodoxa, é esperado que na reunião de novembro o Comitê de Política Monetária (Copom) continue muito contencioso quanto à redução dos juros. Até lá também serão conhecidos o IPCA-15 de novembro (23/11). A redução dos juros tende a ser novamente muito tímida, provavelmente cerca de 0,25%. Com uma economia que se encontra em forte recessão, um maior dinamismo advindo da redução dos juros teria de vir de um corte muito mais expressivo. No curto prazo, apenas isso poderia estimular a retomada da economia, o processo de recuperação da renda e do emprego.

 

Escrito por  Fundação Perseu Abramo