Com o avanço do COVID-19 no Brasil, a tendência é de que milhares de pessoas passem a trabalhar em casa nas próximas semanas. Mas a decisão de implementar um esquema de home office não é assim tão simples para a maioria das empresas. Do ponto de vista de liderança, existe uma série de fatores que devem ser analisados e planejados para garantir produtividade e eficiência nas entregas. Por outro lado, também há questões técnicas, como equipamentos, acesso à internet, segurança de dados, entre tantas outras, que também precisam ser resolvidas antes de colocar o home office em prática.
A realidade é que muitas empresas, hoje, não possuem nem a tecnologia, nem a cultura para que os profissionais trabalhem de casa. Por isso, o primeiro passo é modificar esse cenário. Mas, como? É preciso, antes de tudo, mudar o mindset dos executivos e executivas: o exemplo tem que ser de cima para baixo, começando pelo presidente e diretores. São eles que devem incentivar os líderes a abrirem a cabeça para novos modelos de trabalho.
O segundo passo é pensar em soluções em vez de apenas problematizar. Essa é uma situação sem precedentes e estamos aprendendo a lidar, na prática e de forma rápida, com as dificuldades do dia a dia. Boa vontade é essencial! As empresas que não possuem notebook para os funcionários, por exemplo, podem avaliar a possibilidade de alugar equipamentos por um período. Também podemos – e devemos – adaptar sistemas, flexibilizar horários e processos, de acordo com as necessidades do momento.
Resolvidas as questões técnicas, outro ponto fundamental é a liderança: como liderar à distância, garantindo eficiência e produtividade? Comece estabelecendo metas adequadas à realidade, com prazos de entrega para que os profissionais se comprometam; marque videoconferências regulares e não deixe de interagir com a equipe. Lembre-se de que as pessoas precisam continuar se sentindo “em um ambiente profissional”, mesmo em casa.
Crie uma rotina de trabalho, com participação de todos, e abra espaço para tirar dúvidas ao longo do dia, revisar projetos e orientar ações; assim o time se sente parte da empresa, sendo informado sobre o que acontece em tempo real. A lógica é bem simples: se o líder tem uma agenda preestabelecida, comprometimento com horários e rotina, todos seguirão o mesmo ritmo. E, graças à internet e a dezenas de plataformas digitais, isso é totalmente possível – utilize todas as ferramentas que puder!
A criatividade é outro fator importante em momentos de crise: pense em eventos de integração online e webmeetings para manter a equipe motivada. Proponha ideias sobre como usar aquela hora adicional de deslocamento, por exemplo, e ofereça cursos online de especialização ou de idioma para que todos voltem às suas rotinas ainda melhor preparados.
Por fim, é imprescindível investir em uma comunicação clara e eficiente. Os gestores têm que traduzir a estratégia da empresa e repassar isso para a equipe com transparência. Por isso, seja sincero em relação às alternativas que a empresa tem pensado para lidar com a situação, mostre que as oportunidades continuam e que a empresa está focada em reter seus talentos. Reforce ainda, que mais do que nunca, é preciso que todos juntem forças para superar obstáculos e para buscar soluções para os negócios.
*Paulo Dias é sócio fundador da Soul HR Consulting com 14 anos de experiência em Executive Search, desenvolvida em grandes empresas nacionais e internacionais do setor, com expertise nas práticas de Engenharia, Construção Civil, Químicas e Petroquímicas e Indústria. Responsável por uma unidade de negócios com mais de 25 pessoas e pelas divisões de Finanças, Tecnologia, Supply Chain, Engenharia e Construção. Realizei startups de unidades de negócios para recrutamento recorrente e para posições não gerenciais.
Escrito ou enviado por Natália Inzinna