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Final de ano, tempo de reflexão e mudanças

Estamos iniciando o mês de dezembro, o derradeiro de um ano difícil e conturbado, em especial para as centenas de milhares de brasileiros que perderam a segurança do emprego e não têm a quem recorrer. Há muito sofrimento e desânimo também entre as vítimas da seca no Norte e Nordeste e das inundações em dezenas de cidades do Sul. São irmãos que demandam apoio, palavras de esperança e atitudes.

Há, de um lado, a falta de capacidade e retidão de muitos governantes e legisladores. Há, de outro, a resposta da natureza à destruição de nossas matas e ao desmazelo para com a preservação de nossos recursos naturais. Se o país como um todo está enfermo, é hora de muita reflexão, de fazer um balanço dos erros e acertos, de buscar novos rumos para a nação e para nossas vidas.

Caso você, caro leitor, esteja entre os que perderam o emprego e os que estão na iminência de perder até mesmo o lugar onde moram, não perca a fé nem a esperança. Não tenha medo de pedir ajuda. Não fique trancado em casa, desanimado. Reze, medite sobre a própria situação, avalie até que ponto poderia ter evitado esse desfecho desfavorável, corrija seu rumo e vá à luta. Não se entregue!

Mas se você, caro leitor, está entre os que se mantêm com uma boa renda, empregado ou tocando um negócio próprio – apesar da perda do poder aquisitivo provocada pela inflação – considere-se um privilegiado. É hora de olhar à sua volta e estender a mão para os que estão passando por dificuldades. Também é hora de unir forças e lutar por mudanças que tragam de volta o crescimento econômico, a capacidade de geração e distribuição justa de nossas riquezas. Que a essa luta se juntem pequenos e grandes empresários, políticos de boa índole, movimentos sociais e lideranças religiosas.

O Brasil só vai melhorar como nação se cada um fizer a sua parte, se cada um abrir seu coração para as necessidades dos outros, se cada liderança política se conscientizar de que o país clama por seriedade, responsabilidade e profundas mudanças. Que neste final de 2015, ao refletirmos sobre o ano que passou e sobre o que queremos em 2016, nos conscientizemos da necessidade de formar uma grande corrente de solidariedade, onde o bem comum está sempre acima dos interesses individuais.

Mais uma vez, é importante trazer para esta reflexão uma mensagem do mestre Ryuho Okawa, renomado pensador e fundador do movimento religioso Happy Science. Em seu livro Mensagens do Céu, Okawa diz que “todos seremos testados sobre nossa capacidade de dar amor em períodos de adversidade”. Ele enfatiza que “o amor é algo que devemos continuar dando, não importa a situação que estejamos enfrentando. O amor que damos conforme nossas preferências não é o verdadeiro amor. É importante manter uma atitude de doação contínua, ou seja, dar amor aos outros mesmo quando enfrentamos dificuldades. Qual seria o sentido de dizer belas palavras apenas quando estamos saudáveis e parar de fazer isso quando estamos doentes? O amor nunca deve depender das oscilações da nossa situação pessoal. É fácil dar amor quando estamos felizes e abençoados por circunstâncias favoráveis, demonstrar simpatia pelos outros quando sabemos que somos excepcionais, oferecer consolo quando acreditamos que somos superiores, prover conforto aos pobres quando vivemos no luxo. Quando nossa vida é exuberante, não é difícil agir de modo caridoso e demonstrar boa vontade. Quando estamos felizes, saudáveis e abençoados por circunstâncias felizes, custa-nos pouco esforço dar apoio àqueles que estão na miséria, sofrendo de alguma doença ou vivendo em condições precárias. O que importa é o que fazemos quando enfrentamos períodos conturbados”.

Foi assim o exemplo deixado por um morador de uma cidade catarinense duramente afetada pelas enchentes de outubro. Ele abrigou em sua residência cinco famílias que tiveram suas casas tomadas pelas águas. As palavras de Okawa tocam nossa realidade. Vamos lembrar delas ao fazer nossas reflexões e balanço de final de ano. Mesmo passando por dificuldades, podemos, com esperança renovada e novas atitudes, mudar nossas vidas, as vidas de nossas famílias, de nossos amigos e vizinhos. Uma corrente do amor e solidariedade ajudará a construir um novo país.