Endeavor acaba de lançar nova pesquisa, que entrevistou empreendedores de diferentes perfis para entender quais são suas maiores dores, como buscam ajuda e o que pensam sobre o impacto da crise
A Endeavor, organização global e sem fins lucrativos de fomento ao empreendedorismo, acaba de lançar uma pesquisa inédita, com apoio da Neoway, especialista em big data, e coleta do Datafolha, que entrevistou quase mil empreendedores brasileiros de diferentes perfis e regiões. O objetivo é gerar insumos para que os atores do ecossistema empreendedor conheçam melhor os desafios e as percepções desse público, e possam direcionar melhor suas ações – para dentro da empresa, no caso dos empreendedores, e medidas “da porta para fora”, que podem ser tomadas por organizações de suporte e governo.
Para fazer o estudo, os entrevistados foram divididos em quatro grupos. Empreendedores no Geral, que tiveram um crescimento de até 40% nos últimos três anos, em número de funcionários. O grupo representa a maior parte da amostra e, na média, decresceu 16,8%. Os Empreendedores de Alta Performance, que cresceram mais de 40% no mesmo período, e que apresentaram, na média, 89% de crescimento. Alto Impacto, uma seleção de empreendedores apoiados pela Endeavor, que cresceu em média 99% nos últimos três anos, e que possuem características como crescimento contínuo, potencial de escala e diferencial competitivo claro.
O relatório conta ainda com um recorte especial de Empreendedores do Setor de Tecnologia e Comunicação (TIC), feito em parceria com o J.P. Morgan, por meio do programa Promessas JPMorgan Chase Foundation, a fim de entender mais a fundo as características desse perfil.
Dentre os principais destaques do relatório, é possível notar que os empreendedores com crescimento maior e mais contínuo também são aqueles que têm uma visão de longo prazo para a empresa. Quando perguntados sobre o que esperam do negócio, 84% dos Empreendedores de Alto Impacto e 52% do grupo de Alta Performance querem tornar suas empresas as maiores e melhores do setor. Já dentre os Empreendedores no Geral, apenas 39% escolhem essa alternativa, enquanto 43% afirmam querer, com o negócio, garantir renda própria ao longo dos anos. Os empreendedores de Alto Impacto mostraram também responsabilizar menos a crise pelos seus resultados. Em uma escala de 1 a 100%, eles dão 43% de peso para a crise e 57% para a competência da empresa versus 60% para a crise entre os Empreendedores em Geral.
Quando analisados os desafios no dia a dia do negócio, gestão de pessoas é onde mais dói – em uma escala de 1 a 10, o tema teve a média mais alta de “nota de dor”, com 6.7, sendo ainda maior entre as empresas que crescem mais aceleradamente. Outro aspecto que chamou atenção foi que, dentro de gestão de pessoas, o maior desafio registrado foi o de desenvolver líderes. Porém, iniciativas que poderiam ajudar nesse gargalo, como as ferramentas de desenvolvimento de liderança, estão em segundo lugar quando o tema é boas práticas. As empresas do setor TIC, na contramão, performaram acima da média quando o assunto é boas práticas de Recursos Humanos.
A burocracia também apareceu entre as maiores pedras no sapato dos empresários. Ela foi mencionada por mais vezes como o maior desafio dentro do grupo de Empreendedores no Geral. No entanto, à medida que a empresa cresce, a burocracia deixa de incomodar tanto, e dá lugar a desafios como acesso a capital e marketing e vendas. Estes tornam-se mais latentes dentre os grupos com maior crescimento.
As trocas de experiência parecem ser comuns entre os entrevistados – 9 em 10 discutem seus desafios com outras pessoas. Porém, mesmo assim, 40% dizem ainda sentirem-se sozinhos na gestão do negócio. Olhando para os Empreendedores no Geral, que são os mais representativos na amostra, aqueles que não têm mentores afirmam não saber quem poderia ajudá-los (29%) ou como encontrá-los (24%). Ainda assim, existem aqueles que afirmam não precisar de ajuda (32%), ou que seu problema é pessoal/confidencial (15%).
“O estudo reforça que os empreendedores têm dores em comum, por isso é importante chamar atenção para os temas e mostrar exemplos de como alguns estão superando esses desafios”, afirma Juliano Seabra, diretor geral da Endeavor. “A diferença está principalmente em como cada perfil de empreendedor encara o contexto e enxerga a empresa no longo prazo, e vemos que isso acaba impactando os resultados também no dia a dia.”, completa Juliano.
Conheça outros desafios e percepções dos empreendedores brasileiros:
Apesar da crise, poucos temem fechar a empresa. Apenas 28% dos Empreendedores no Geral afirmaram “eu tenho medo de fechar meu negócio e dele não dar certo”. Essa proporção também é similar entre aqueles com maior crescimento (27%). Já nos Empreendedores de Alto Impacto, a taxa cai para 19,4%.
1 em cada 3 empreendedores consideram regras da CLT muito difíceis. Entre os que crescem por mais tempo essa proporção cai. Mas essa relação cai drasticamente entre os Empreendedores de Alto Impacto, dos quais apenas 1 em 15 consideram as regras como uma grande dor no negócio.
Empreendedor brasileiro sente que tem apoio de família e amigos, e quanto mais sustentável o crescimento maior o amparo. Enquanto 17,9% dos Empreendedores no Geral sentem-se desmotivados pelos amigos e família, apenas 3,2% do grupo de Alto Impacto acham que há desmotivação por parte das pessoas mais próximas. De qualquer maneira, o número é baixo para todo tipo de empreendedor.
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Segs.com.br valoriza o consumidor e o corretor de seguros
Empreendedores do setor TIC frequentam mais eventos, palestras e vídeos de inspiração do que empreendedores comuns (90% VS 79%).
Inovação é o maior desafio em TIC. 16% das empresas do setor acreditam que inovação é o seu maior desafio, contra 9% dos Empreendedores no Geral.
Apesar do senso comum das empresas de TI serem mais tecnológicas e menos humanas, os empreendedores desta área destacam-se por práticas como “Confraternizações Periódicas” (87% VS 72% entre os empreendedores comuns) e ” Feedbacks Periódicos” (89% VS 83% entre empreendedores comuns).
Fonte/Autor por: Bárbara Freiris