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Empresas grandes têm maior queda na ocupação do mercado de trabalho, diz Ipea

OBS: Mais informações e artigos podem ser solicitados pelo e-mail marina.nery@ipea.gov.br. O novo Coordenador do Grupo de Estudos de Conjuntura, José Ronaldo de Castro Souza Jr., estará disponível para entrevistas.

Empresas grandes têm maior queda na ocupação do mercado de trabalho

Síntese da Carta de Conjuntura do Ipea, disponibilizada hoje, propõe agenda mínima no combate à recessão

A queda da ocupação no mercado de trabalho está concentrada nas empresas grandes (com mais de 10 empregados), segundo a Carta de Conjuntura de abril, publicada pelo Ipea. E, apesar da queda das ocupações com carteira assinada, a queda nas ocupações sem carteira assinada tem sido ainda mais intensa. Por outro lado, a elevação do número de trabalhadores por conta-própria indica que esse tipo de ocupação tem servido de válvula de escape para a população que tem perdido o emprego. De qualquer forma, mesmo com o crescimento dos trabalhadores por conta-própria, a queda dos empregados sem carteira tem sido tão intensa que a taxa de formalidade tem caído muito pouco apesar da forte perda de empregos formais.

O documento também traz o Indicador Ipea de FBCF (Formação Bruta do Capital Fixo), que aponta a continuação da queda dos nos dois primeiros meses deste ano – na comparação da média de janeiro e fevereiro de 2016 com o último trimestre de 2015. Para os pesquisadores, isso indica que a queda no ano pode ser ainda maior.

O novo Coordenador do Grupo de Estudos de Conjuntura (Gecon) da Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas (Dimac) do Ipea, no Rio, José Ronaldo de Castro Souza Jr, esclarece que “essa redução da FBCF, aliada ao contínuo aumento dos gastos com depreciação, fez com que os investimentos líquidos sofressem uma perda de 40% no ano passado”.

O resultado disso é a redução acentuada da taxa de crescimento do estoque de capital, que, em conjunto com a desaceleração do crescimento da oferta de mão de obra e da piora da produtividade geral da economia, vem reduzindo a taxa de crescimento do produto potencial para valores abaixo de 1% a.a.

Os dados positivos, por sua vez, vêm das contas externas, com a redução consistente do déficit em conta corrente. O déficit em conta corrente do Balanço de Pagamentos foi beneficiado também pela redução do déficit de serviços, especialmente, por causa da redução dos gastos com viagens internacionais.

Para o pesquisador, a maior preocupação atual é justamente quanto à sustentabilidade das contas públicas no longo prazo. “Devido às rápidas mudanças da dinâmica demográfica pelas quais o país está passando, a dinâmica dos gastos previdenciários, tanto no regime geral quanto nos regimes próprios dos servidores públicos, é particularmente preocupante”, afirma.

Segundo o documento, a superação do atual quadro recessivo, dificilmente, será simples ou rápida. “Uma agenda mínima nessa direção inclui o restabelecimento das condições para o equilíbrio fiscal no médio prazo (de alguns anos a uma década), a retomada da capacidade do executivo federal de aprovar medidas de política econômica no Congresso Nacional e a mitigação do atual quadro recessivo”, diz ele.

O coordenador considera importante evitar que os investimentos públicos – que já caíram 35% em 2015 – venham a sofrer novas quedas neste ano e que se redobrem os esforços de atração de investimentos privados em concessões públicas.

A síntese da Carta segue anexa e por seções (atividade, trabalho, etc.), no link
http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=27546&Itemid=3

Fonte/Autor por:  Ipea