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Empresas brasileiras sofrem o efeito dominó do rebaixamento do país

O número de empresas brasileiras que perdeu ou está sob ameaça de perder o grau de investimento até 2016 é um dos mais altos entre os países emergentes. Estudo da BRA Advisory aponta que a materialização das perspectivas negativas, pode reduzira a quase metade o número de empresas com grau de investimento em escala internacional até metade em 2016,alcançando um dos patamares mais baixos observados no histórico do país.

A combinação perversa da queda dos preços das commodities aliada a estagnação econômica e ao cenário de deterioração fiscal e política brasileira levou ao rebaixamento do rating do Brasil pelas agências de rating, provocando o chamado efeito dominó sobre as classificações dos bancos e empresas brasileiras e o significativo aumento dos custos de financiamento.

O número de empresas brasileiras que perdeu ou que estão sob ameaça de perder o grau de investimentos até 2016 é um dos mais altos entre os países emergentes.

O estudo da BRA Advisory identificou que o grupo de empresas e instituições financeiras, classificadas com pelo menos um ou dois ratings grau de investimento do Brasil está em torno de 51 empresas e representa cerca de 30% do universo de 175 empresas brasileiras com classificação de risco de crédito internacional pública por uma das três principais agências atuantes no país – Fitch, Moody`s e S&P.

A avaliação da consultoria aponta que este resultado seria ainda pior se um percentual equivalente a quase dois terços dos emissores brasileiros do estudo já não trabalhasse pelo menos com mais de uma agência classificadora, usando a seu favor o benefício da divergência de opiniões ao invés de se limitar ao uso de uma única agência. Esta também é uma exigência de investidores qualificados e dos mercados desenvolvidos.

“Este grupo de emissores é diversificado e composto pelas principais empresas e bancos listados do país. São em sua maioria por empresas bem posicionadas em seus mercados alvos, mas que veem sendo derrubadas neste ciclo de baixa principalmente pelo fardo do peso do ambiente de negócios” observa Maria Rita Gonçalves. “ De acordo com o estudo, as perspectivas negativas continuam se materializando em novos rebaixamentos, e se continuar nesta velocidade, este grupo irá reduzir quase metade em 2016/2017, alcançando um dos patamares mais baixos observados no histórico do país.

O setor bancário está entre um dos principais segmentos afetados com maior número de classificações a serem novamente alteradas embora outros segmentos como, energia, siderurgia e os poucos estados brasileiros que foram classificados e emitiram notas no exterior também estejam entre aqueles emissores que tiveram sua classificação limitadas.

A letargia de recuperação na economia no horizonte de 2017 é um dos principais entraves para a trajetória de reação do ambiente de negócios que vem prejudicando as empresas embora outros fatores negativos também as impactem como a expectativa de uma deterioração mais prolongada dos termos de troca das commodities, os juros elevados, a inflação e a incerteza fiscal e política por qual o país atravessa e que tem afastado os investidores. A liquidez será um dos fatores críticos deste ciclo e a BRA Advisory acredita também que algumas empresas brasileiras possuem perfil de crédito forte suficiente para atravessar mais esta crise, embora a deterioração tenha afetado praticamente todos os setores da economia. Em nossa opinião a habilidade de comunicação com o mercado será fundamental.

Observamos também que o risco médio dos emissores classificados poderá permanecer em torno da categoria de rating BB a médio prazo apesar da rápida deterioração observada nas classificações ao longo de 2015.