O especialista esteve no evento Pró-Saúde 2016/Fechando 2015 com dirigentes do segmento saúde
Em encontro com líderes do segmento saúde, o economista Eduardo Gianetti da Fonseca, um dia após o pedido de Impeachment de Dilma Rousseff, comentou sobre o agravamento da crise econômica e política brasileira. “O processo de Impeachment aumenta ainda mais a fragilidade do governo federal e a falta de exercício do poder”, declarou.
O economista citou alguns números alarmantes durante o evento Pró-Saúde 2016/Fechando 2015, realizado no último dia 3/12, na sede do Grupo Fleury, em São Paulo. O encontro foi patrocinado pelas entidades: Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial (CBDL), Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para Fins Especiais e Congêneres (ABIAD), Associação Brasileira dos Importadores e Distribuidores de Implantes (Abraidi), Federação de Hospitais e Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (Fehoesp), Sociedade Brasileira de Análises Clínicas (SBAC) e a Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML).
Entre os índices apontados pelo especialista, a queda de 3,8 a 4% do PIB, que Gianetti apontou como a mais profunda recessão econômica do Brasil nos últimos 50 anos, além do déficit nominal de 9%, e uma dívida pública que deve ficar na casa dos 70% do PIB. “O governo cometeu o pecado de aumentar os juros numa recessão. E ainda quis ressuscitar a CPMF que jamais pagaria esta conta. Seria preciso sete CPMFs para dar conta do rombo”, alardeou.
De acordo com a opinião de Gianetti, os problemas econômicos não começaram no governo Dilma, mas se agravaram por conta de dois problemas históricos: o fiscal e o político. Na área fiscal, o economista citou a carga tributária de 24% em 1988, ano que começou o Plano Real. “De lá para cá, a carga tributária foi aumentada para 36%, sendo que 45% da renda nacional são do setor público. O governo gasta mais que arrecada. O Estado brasileiro não cabe no seu PIB”, destacou.
Do ponto de vista político, o economista apontou o Presidencialismo de Coalizão como a principal causa da derrocada brasileira. Segundo ele, o País não tem estrutura partidária e os políticos fazem concessões com o que há de pior para aprovar medidas no Congresso Nacional. “A Presidente Dilma loteou 39 ministérios entre dez partidos. O PMDB adota o modelo da relação entre parasita e hospedeiro. Os partidos viraram agremiações. Esse sistema de Presidencialismo de Coalizão faliu”, comentou.
Para 2016, Gianetti indicou dois prováveis caminhos no cenário nacional. O primeiro indica que o Governo Federal saia deste processo de crise e de Impeachment e aprove medidas e propostas para reanimar a economia. Já o segundo é que a Presidente Dilma seja “renunciada” pelas forças políticas e que haja um Governo de Coalizão e de transição com contundentes reformas políticas e econômicas.