O mundo perdeu um “Brasil” nos últimos 20 anos em decorrência dos desastres climáticos. É o que aponta o novo relatório do Escritório da ONU para a Redução dos Riscos de Desastres (UNISDR), segundo o qual esses desastres deixaram perdas financeiras da ordem de US$ 1,9 trilhão, acima, portanto, do PIB brasileiro, que somou R$ 5,5 trilhões em 2014 (aproximadamente US$ 1,6 trilhão, pela cotação atual).
O estudo ressalta que essa projeção é conservadora, pois em apenas pouco mais de um terço dos desastres (35%), foram feitos registros precisos de perdas materiais.
Pior ainda foi o número de mortes causadas. O estudo estima que mais de 606 mil pessoas morreram em decorrência desses desastres, nas últimas duas décadas, pouco menos que a população total de cidades como Aracaju (SE), por exemplo. Outras 4,1 bilhões de pessoas ficaram feridas.
O mercado de seguros recuperou parte dessas perdas. De acordo com o Annual Global Climate and Catastrophe Report, produzido pela Aon Benfield, somente em 2014, as perdas econômicas globais geradas por catástrofes naturais somaram US$ 132 bilhões. Responsáveis pelo estudo revelaram, contudo, que apenas 8,6% das perdas com catástrofes globais em 2014 estavam seguradas.