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Corretagem online ganha espaço no mercado

A corretagem online tem ganhado holofotes dentro do mercado de seguros, positiva ou negativamente, já que muitos acreditam que essa modalidade de distribuição é uma concorrência direta que pode aniquilar os meios tradicionais praticado pela maioria dos corretores de seguros, que optam pelo contato direto com cliente do começo ao fim dos processos. Do outro lado, estão as corretoras que tentam preservar o que há de bom em modelos anteriores, mas que trazem ao mercado nova abordagem e diferentes técnicas para obter mais público.

Pensando nesse momento disruptivo, a RGA promoveu na última terça-feira, 29, um café da manhã para apresentar as novidades da companhia que iniciou recentemente sua operações no Brasil, onde começará atuando no ramo de vida e, futuramente, deverá enveredar pelo caminho da carteira de saúde. A expertise da companhia está dividida, basicamente, em três grupos: resseguros de vida tradicionais, soluções financeiras e serviços de valor agregado, colocando-a em terceiro lugar entre as resseguradoras globais.

Para unir as pontas do mercado e falar sobre modernização, o CEO da startup de corretagem online TaCerto.com, João Cardoso, foi o palestrante convidado da resseguradora. “Em 2011, ninguém comprava uma apólice pela internet”, com essa realidade o executivo mostrou o quanto cinco anos podem significar na evolução tecnológica, já que embora ainda exista muito receio e resistência com o online no mercado de seguros, as plataformas têm galgado espaço importante, mas ainda são mal interpretadas no que diz respeito ao modo tradicional de atuação dos corretores. “No Brasil há muito a questão se o online e o tradicional se anulam ou se complementam”, disse o palestrante.

Mas sendo uma realidade tão latente e uma oportunidade para que as seguradoras possam ter sistemas centralizados que facilitem a comercialização de seus produtos, por que o mercado da corretagem online ainda não é amplo e diversificado no País? Brasileiros têm fama de não procurar seguros na internet, mas a empresa percebeu um ponto chave: elas precisam de conteúdo. Quanto mais conteúdo de qualidade uma página oferecer, mais ela será capaz de reter o interesse de leitores que se tornarão futuros compradores, além de formar comunidades de interação das pessoas que têm interesse no produto. “Acho que essa é uma questão que talvez não preocupe as companhias muito antigas, mas nos preocupa por ser novo. No mundo inteiro isso está muito latente, no Brasil ainda está começando. Então, a intenção &e acute; provocar mercado”, afirma Ronald Poon Affat, CEO da RGA.

Para mais êxito, Cardoso destaca que a corretagem online peca em deixar em aberto as possibilidades de cobertura. Na maioria, os clientes podem escolher ou tirar coberturas conforme acharem melhor, mas muitas vezes ele não está realmente apto para tomar essas decisões. A dica do executivo é simples e já é feito em outras áreas, como a de telefonia: pacotes. Diferentes pacotes de cobertura pré-moldados permitirão que o cliente escolha o que mais se encaixa em seu perfil contando com o que é essencial para a proteção. “Não é preciso tecnologias muito elaboradas para ser inovador. Muitas vezes, o simples resolveria o problema”, enfatiza Cardoso.

A redução do time to call também é outro fator que merece atenção. A procura pela internet pede agilidade. Se alguém cotou um seguro online e tiver muita demora na resposta, poderá desistir com mais facilidade. O microsseguro, de acordo com o palestrante, também deve se beneficiar dessa modalidade, uma vez que os custos com papeis e outros fatores da cotação são diminuídos quando levados para o digital. Mesmo assim, as plataformas sempre disponibilizam um contato telefônico aos clientes que querem o contato direto na hora de finalizar a contratação.

João Marcelo dos Santos, Sócio Fundador de Santos Bevilaqua Advogados, diz que tudo dependerá do modelo que está sendo buscado. Comercializar seguros no chamado “one click” seria muito difícil pela complexidade do produto, além da necessidade de avanço na legislação para que todas as partes estejam legalmente representadas.

Sobre a competitividade entre práticas tradicionais e as novas práticas, João Cardoso não enxerga competição. O executivo vê no momento uma boa oportunidade para mudar, para expandir, o corretor pode usar a plataforma para fazer negócios que normalmente não faria. “O momento permite ao corretor pensar como ele pode aumentar a receita. É mais fácil fazer isso ajudando seu cliente a ter mais produtos do que somente aumentando número de clientes. A tecnologia tem que fazer com que o corretor ajude seu cliente a diferenciar e compre um seguro PET, um seguro de vida etc., aposta.

Cardoso finaliza dizendo que haverá espaço para que os corretores possam se juntar e utilizar a plataforma, sem perder seus clientes ou suas carteiras, apenas migrando para um sistema digital. “Estamos trabalhando isso, essa é a melhor formas de crescimento: não ver o corretor tradicional como concorrente, mas aliado, trazê-lo, juntamente com a seguradora, para o mundo online”, finaliza.

 

Fonte/Autor por:  Revista Apólice