Segundo dados da Thinkseg, o seguro na modalidade Pay Per Use conquistou um maior número de consumidores durante o período da quarentena.
A startup de tecnologia Thinkseg registrou um aumento de 250% nas vendas do seguro auto Pay Per Use (PPU) em maio, comparado à média mensal do último trimestre de 2019, quando ainda não havia notícias sobre a pandemia. Durante o período de disseminação do vírus e do isolamento social, produtos personalizados contratados pela internet estão atraindo consumidores que querem pagar preço justo ao que gastam, sem qualquer desperdício no orçamento familiar.
“Percebemos que a maior demanda está vindo de pessoas no momento da renovação do seguro auto tradicional. Elas pesquisam alternativas para caber no bolso. Aí, se identificam com o Pay Per Use. O preço é o grande atrativo do produto diante da proteção ampla oferecida ao motorista. O PPU cobre acidentes, furto e roubo, tudo de acordo com os valores previstos na tabela Fipe”, explica o CEO da empresa, Andre Gregori.
Com a crise causada pelo novo coronavírus, a assinatura mensal básica teve o preço reduzido. A partir de R$ 25,00 para carro básico, o motorista assina uma taxa fixa por mês, acrescida de centavos por cada quilômetro rodado. Para muitos, esse tipo de produto compensa nas ocasiões em que o carro fica a maior parte do tempo na garagem, só usado para situações esporádicas: mercado, farmácia, passeios curtos nos finais de semana e outros.
No Brasil, a contratação do seguro por períodos chamados intermitentes, como o Pay Per Use, foi oficializada pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) em agosto do ano passado, com a publicação da Circular 592.
Já difundido nos Estados Unidos e na Europa, agora, o seguro Pay Per Use é visto como “bola da vez”, inclusive no Brasil. O produto tem sido abordado em “lives” de entidades do setor e também nas pesquisas de consultorias mundiais.
A Pesquisa World Insurance Report 2020, feita pela consultoria internacional Capgemini em 22 países, incluindo Brasil, entre janeiro e fevereiro, já em meio à disseminação do coronavírus no mundo, mostra que produtos “usage-based” (quando o motorista paga o seguro automóvel por cada km rodado – Pay Per Use), passou de 31%, em 2019, para 51%, em 2020. Já o seguro auto “on demand” (seguro pago por hora de uso) passou de 29% para 31% no mesmo intervalo de tempo, aponta a pesquisa.
De acordo com o Estudo, mais de 50%, de um total de 8 mil clientes de seguros, desejam um seguro com base no uso, que oferece personalização e valor ao dinheiro. A pesquisa foi realizada pela consultoria junto com a Efma e ouviu ainda 150 executivos seniores de seguros das principais companhias do setor em 29 mercados que representam as regiões das Américas (América do Norte e América Latina), EMEA (Europa, Oriente Médio e África) e Ásia Pacífico (incluindo o Japão).
Também durante o webinar “Produtos de Seguro pós-Covid-19: adaptação ou revolução?”, realizado pela CNseg em 13 de maio, o representante da Federação das Seguradoras de Seguros Gerais (FenSeg) afirmou que o seguro intermitente pode atrair um nicho da população que deseja vir para esse mercado. “Cada seguradora vai fazer sua própria avaliação para lançar ou não seguros intermitentes, de forma que não prejudique as carteiras existentes”, disse Antônio Trindade.
Dados do setor mostram que o seguro automóvel tradicional, presente entre 30% e 35% da frota segurada no Brasil, em 2019 ficou estagnado em prêmios (valor pago pelo segurado). Cresceu apenas 0,5% em relação ao volume do ano anterior, de acordo com dados da FenSeg.
De olho na inovação, no início de 2019, a Generali anunciou a parceria com a insurtech. Em 6 de maio, a seguradora também comunicou ao mercado a interrupção da oferta de seguro automóvel tradicional, passando a ter foco apenas no seguro auto Pay Per Use.
O seguro PPU é completo e aceita veículos com valor mínimo de R$ 20 mil e máximo de R$ 300 mil, presentes na tabela Fipe, de acordo com a política de aceitação da plataforma. Os modelos podem ser nacionais e importados, com ou sem blindagem, em todo o território nacional.
Além de cobertura para roubos e furtos, seguindo os preços da Tabela Fipe, o seguro auto Pay Per Use também oferece cobre acidentes de qualquer tamanho. O PPU tem ainda parcerias com cerca de 4 mil oficinas e uma rede para atendimento de serviços de socorro mecânico, guincho, reboque e reparos gerais (vidro, farol, lanterna, retrovisor e para-choque). O cliente faz tudo pelo aplicativo.
Revista Apólice