A Solidy Benefícios, que se apresenta como uma associação privada sem fins lucrativos, de socorro mútuo e “fundamentado pelo princípio do associativismo”, quer utilizar peças usadas, de origem desconhecida, no conserto de um veículo novo, pertencente a uma cliente da Sul Goiana Corretora de Seguros, que se envolveu em acidente de trânsito provocado pelo motorista de um carro “coberto” por aquela entidade. Além disso, a associação exige que a reparação no veículo seja feita em uma determinada oficina, localizada em local ermo.
A denúncia foi relatada ao C q c s pelo corretor de seguros Vasco J. Frauzino P. Junior.
Segundo ele, essa cliente, que é segurada da Liberty, não consegue mais falar com ninguém da tal associação depois de se negar a usar peças usadas ou deixar o carro na oficina indicada. “Vamos esperar mais alguns dias para vermos qual atitude iremos adotar. A segurada já procurou ajuda de um advogado, que a aconselhou a esperar um pouco mais”, disse o denunciante, que atua como preposto da Sul Goiana Corretora, porque ainda não recebeu o registro da Susep.
Ele acrescentou que a cliente deve também recorrer ao seguro da Liberty, que pode acionar judicialmente a associação através de uma sub-rogação.
Vasco revelou que esse não é um caso isolado. Diante do crescimento da atuação de associações que comercializam seguros piratas na Região Centro Oeste do País, problemas se repetem com frequência, atingindo os negócios dos corretores de seguros que atuam no mercado legal.
Vasco contou que, recentemente, um cliente o procurou informando que uma associação cobraria R$ 900,00 para “segurar” o seu caminhão. Como o seguro legal para esse tipo de veículo custaria, em média, R$ 1,5 mil, o cliente estava propenso a ceder, mesmo tendo sido vítima de outra entidade no passado. “Ele esperou um ano para receber indenização para o reparo de uma simples motocicleta. Imagina o que pode ocorrer no caso do caminhão? Mesmo assim, o cliente alegou que estava atraído pelo valor que cabia no seu bolso. Fica difícil competir com essas associações. A minha região vive um caos completo”, lamentou.
No site da Solidy Benefícios, que tem pouquíssimas informações, os responsáveis pela associação tiveram o cuidado esclarecer que a Solidy Benefícios “é regida pelas leis referente à associação, seu estatuto e regulamento interno, não se aplicando, em hipótese alguma, as normas referentes ao seguro empresarial, que totalmente distinto do objetivo e atividade de associação, razão que ratificamos o pedido de leitura de todos os artigos em regulamento”.
Fonte: CQCS