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Com inteligência artificial, Idwall evita fraudes e projeta faturar R$ 3 milhões

Empreendedores querem tornar a verificação de documentos e a análise de clientes mais rápida para bancos e varejistas, entre outros segmentos

SÃO PAULO – Por meio da inteligência artificial, a startup brasileira Idwall quer tornar o processo de análise e verificação de dados mais rápido e eficaz. A ideia surgiu quando os fundadores trabalhavam no Banco Original e perceberam a necessidade de evitar fraudes, mas não havia uma forma automatizada de fazer esse serviço.

No banco, Lincoln Ando e Raphael Melo viram na prática como faria diferença contar com uma solução que não precisasse de funcionários para verificar o perfil do cliente em diversos sites, como Serasa e Polícia Federal.

Os empreendedores pesquisaram o mercado e, em junho de 2016, criaram a IDwall.  “Vimos que aqui no Brasil ninguém faz isso, ao contrário dos Estados Unidos e Europa, que têm alguns players grandes, como Checkr e BlockScore”, diz Ando.

Desde o início a startup recebeu aportes. Além de investidores anjos, os fundadores passaram por quatro meses de aceleração de negócios na americana 500 Startups, que ainda investiu US$ 150 mil na IDwall.

Os empreendedores criaram uma API – sigla em inglês para um conjunto que funciona como interface para acessar um aplicativo baseado na web – capaz de verificar a autenticidade de um documento. O mecanismo checa se o documento em questão realmente pertence à pessoa que está tentando fazer a operação e ainda realiza uma avaliação de risco do cliente, dependendo de qual é a necessidade da empresa.

A diversidade de empresas que a Idwall atende se dá justamente pela avaliação de risco, que é personalizada de acordo com a necessidade dos clientes. Por exemplo, para uma companhia pode ser mais importante que a pessoa tenha poucas multas de trânsito, enquanto para outra o mais significativo é ter o nome limpo.

Com menos de um ano de atuação, a startup projeta faturar R$ 3 milhões com dezenas de clientes de diversas áreas. “Há três bancos, algumas fintechs que estão começando e a 99 (antiga 99Táxis)”, diz Ando.

O modelo de negócios da startup é baseado em mensalidades, porém não há um valor fixo. “Cobramos pelo número de verificações que a empresa solicita”, diz. Segundo o empreendedor, há pacotes desde 500 verificações, com valor de R$ 500 reais, até clientes que utilizam milhares de pesquisas.

Crescimento

Com um novo aporte de R$ 2 milhões no mês passado, os empreendedores planejam atuar em duas frentes. Neste primeiro semestre o foco é fazer melhorias no produto, para no segundo semestre se concentrar no crescimento, buscando atingir a meta de 100 clientes.

Além do capital, os investimentos trouxeram experiência para a equipe. O conselho de administração conta com executivos da BoaVista SCPC, Serasa Experian e até do Netflix.

Atualmente a startup está sediada no Google Campus, na capital paulista. Os empreendedores foram escolhidos como uma das primeiras startups residentes do espaço, inaugurado no ano passado.

Raphael Ferreira