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BNDES deixa de competir com o Mercado de Capitais

A atuação anterior do BNDES freou o movimento de abertura de capital que vinha dinamizando o mercado. No ano passado, apenas uma empresa realizou IPO, enquanto 43 cancelaram o registro de companhia aberta, conforme dados da CVM.

Está sendo formatada uma política específica para atuação do BNDES, de forma a balizar seu papel de fomento, também para o desenvolvimento do mercado de capitais no Brasil, incentivando projetos que tenham externalidades positivas para a sociedade. As novas diretrizes farão com que o BNDES deixe de ser um competidor e passe a atuar como um parceiro do mercado de capitais.

“No mercado acionário, o Banco pode investir em empresas fechadas ou abertas, em estágio inicial ou mais avançado, e temos uma estratégia para esses diferentes graus de maturidade. A empresa pequena, que ainda não foi para o mercado de capitais, pode receber recursos do Banco, direta ou indiretamente, para apoiar seu plano de negócios e acessar o mercado de capitais em seguida, quando estiver mais estruturada”, diz a diretora da área de Mercado de Capitais da instituição, Eliane Lustosa, em entrevista exclusiva à edição de fevereiro da Revista RI.

Segundo Antônio Castro, presidente da Abrasca, o impacto no mercado de capitais deverá vir daqui a cinco, dez anos que é o tempo de maturar os projetos que serão financiados a partir de agora pelo banco. A atuação anterior do BNDES freou o movimento de abertura de capital que vinha dinamizando o mercado. No ano passado, apenas uma empresa realizou IPO, enquanto 43 cancelaram o registro de companhia aberta, conforme dados da CVM. A redução do número de IPOs, depois de um boom em 2006 e 2007, quando cerca de 80 companhias vieram a mercado, começou a partir de 2012.

Mauro Rodrigues da Cunha, presidente, da AMEC acredita que a inversão da política anterior é positiva. “A principal mudança é que o BNDES deixa de ser um competidor “desleal” do mercado de capitais e passa a atuar como um complemento dele, focando de maneira pontual nos segmentos que possuem maior impacto e interesse social e nas situações onde o mercado tem dificuldade de financiar”, defende.

A edição de fevereiro da Revista RI, que começa a circular na próxima segunda-feira, dia 13/02, já pode ser conferida em sua versão digital no site: www.revistari.com.br.

 

Escrito por  Ana Borges