De acordo com o post publicado por Paulo Brandão, conselheiro Fiscal da Petros, na avaliação da Fazenda, essa fusão permitirá maior sinergia regulatória e, consequentemente, maior eficiência na supervisão e fiscalização
As notícias sobre o mercado segurador brotam de todos os lados. Uma notícia interessante que corre nos bastidores do setor nesta segunda-feira é que finalmente pode ser que saia a fusão entre a Superintendência de Seguros Privados (Susep), responsável por fiscalizar e regular o mercado segurador (seguros, previdência aberta, resseguros e corretores) e a Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), órgão de supervisão e fiscalização do fundos de pensão.
Segundo fontes consultadas, trata-se de um projeto antigo, desenhado pelo ex-titular da Susep, Rene Garcia, que comandou a Susep entre 2002 a 2007. O projeto de fusão dos dois órgãos reguladores foi apresentando em 2001 para o ministro da Fazenda da época, Pedro Malan, e conduzido em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV), na qual Garcia participava. O objetivo da união dos dois órgãos reguladores é ganhar qualidade regulatória e aproveitar as sinergias entre as atividades, aproveitando o momento em que haverá a necessidade de dar segurança aos planos de previdência fechados, que acabaram de passar por uma CPI em função das perdas ocorridas na alocação dos ativos dos fundos, e também aproveitar os produtos financeiros conhecidos como “annuities” em desenvolvimento no mercado de seguros, bem como a consolidação do setor de resseguro que tem o desejo de captar negócios neste segmento de vida e previdência.
De acordo com o post publicado por Paulo Brandão, conselheiro Fiscal da Petros, na avaliação da Fazenda, essa fusão permitirá maior sinergia regulatória e, consequentemente, maior eficiência na supervisão e fiscalização. “Esta nova configuração tem como suporte as inúmeras constatações de gestão temerária nos fundos de pensão”, diz Brandão. Ele afirma que o governo e os agentes do setor segurador e bancário apostam que este novo ambiente estimulará um negócio que ainda engatinha no Brasil. “Consiste de forma resumida na “securitização do sistema”, comum nos Estados Unidos, onde o setor movimenta por ano mais de US$ 230 bilhões”, informa em seu post no portal Blog de Conselheiros da Petros Eleitos.
Esse segmento tem base na transferência dos riscos do fluxo de caixa dos desembolsos futuros, relacionados aos benefícios de planos de previdência privada em período do uso das reservas constituídas para comprimento dos compromissos contratados. Estudos de grandes seguradoras internacionais indicam um mercado potencial de até US$ 50 bilhões no Brasil, cifras que aguçam o interesse de grupos como Munich Re, Swiss Re, além de fundos de securitização, cita Brandão.
Fonte: Sindseg-SP | Por: Denise Bueno