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95% das empresas familiares são extintas no processo de sucessão à segunda ou terceira geração

Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) e do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), mais de 90% das empresas constituídas no país são familiares. Apesar de serem consideras um dos principais pilares da economia – representando cerca de 65% do PIB e 75% da força de trabalho, pesquisas apontam que de cada 100 empresas familiares abertas e ativas, apenas 30 sobrevivem à primeira sucessão e cinco chegam à terceira geração.

Seja em pequenas, médias ou grandes empresas, atuantes no comércio, na indústria ou na prestação de serviços, os principais desafios enfrentados no momento da transição de uma geração a outra são a falta de capacitação dos herdeiros na linha sucessória, a centralização das decisões por parte do fundador, a inexistência de diretrizes claras para objetivos a curto, médio e longo prazo, ou mesmo brigas entre os herdeiros pelo poder.

Domingos Ricca, sócio-diretor da consultoria Ricca & Associados, com mais de 20 anos de experiência na gestão deste tipo de conflitos, afirma que tais ameaças podem – e precisam – ser combatidas através de programas que identifiquem e preparem previamente os sucessores para assumir as principais áreas estratégicas da empresa. Ele enfatiza que “a sucessão deve ocorrer em uma época pré-determinada, com os mais experientes participando do processo e abrindo caminho para a geração seguinte”.

Considerando que 45% das empresas familiares no país não têm um plano de sucessão (PwC 2012), o tema torna-se relevante, especialmente quando combinado com o fator da inovação. “As empresas familiares têm características particulares e uma das propostas desse trabalho é chamar a atenção para aspectos que são decisivos para a sobrevivência deste perfil de negócios”, afirma Domingos.

Entre as questões de maior atenção, um programa de sucessão deve considerar a adequação de agentes influentes no processo – como a família, empregados, clientes e fornecedores; a estruturação da área de recursos humanos, com perfil de cargo, competências e avaliações de desempenho; a administração de conflitos familiares; o planejamento patrimonial e o desenvolvimento conjunto da visão estratégica da empresa.

Sobre Domingos Ricca

PhD em Administração pela Florida Christian University, MBA em Gestão pela Wisconsin University, bacharel em Administração pelo CEUB, com certificado em Governança Corporativa pela SQS Suíça e Fundação Vanzolini, realizada em Buenos Aires Argentina, Sócio – Diretor da Ricca & Associados Consultoria e Treinamento e da Revista Empresa Familiar. Presidente do Instituto Nacional da Empresa Familiar. Responsável pela realização do Congresso Nacional de Empresas Familiares.

Domingos é autor dos seguintes livros: Governança Corporativa nas Empresas Familiares: Sucessão e Profissionalização. Editora CL-A. São Paulo, 2012; Sucessão nas Empresas Familiares: Conflitos e Soluções. Editora CL-A. São Paulo, 2006; Administração e marketing para pequenas e médias empresas de varejo. Editora CL-A. São Paulo, 2003; Da Empresa Familiar à Empresa Profissional. Editora CL-A. São Paulo, 1998.

Fonte/Autor por:  Ricca & Associados