O Instituto de Longevidade Mongeral Aegon já nasce com dois projetos em andamento. O primeiro deles é o envolvimento com o projeto de lei que cria o Regime Especial de Trabalho do Aposentado (RETA), cuja redação é dos professores Hélio Zylberstajn, da FEA, e Nelson Mannrich, da Faculdade de Direito da USP.
O segundo, o Índice e Prêmio REAL.IDADE de Longevidade, em parceria com a Fundação Getulio Vargas, tem como foco qualificar as cidades brasileiras mais bem estruturadas para a longevidade. Qualificação que será feita anualmente, abrangendo 80 indicadores de 500 cidades brasileiras, agrupados em 7 variáveis.
Oficialmente lançada na manhã do dia 12 de abril, em São Paulo, Nilton Molina, presidente do Conselho de Administração da Mongeral Aegon, falou sobre a iniciativa. “Somos uma companhia de seguros de vida e previdência, e nós temos uma identidade com as questões de longevidade, morte prematura e invalidez prematura, que são realidades do nosso dia a dia”, disse.
O foco do instituto é estudar como a longevidade impacta nas questões socioeconômicas e propor soluções. Segundo Molina, a meta é implementar diversas iniciativas e criar uma agenda de discussões que irá beneficiar os indivíduos, além do setor privado e a sociedade como um todo. “Pessoas saudáveis vão trabalhar por mais tempo, vão precisar de trabalho, renda e qualificação. Essas são as inspirações do Instituto”, validou.
Renato Meirelles, CEO do Data Popular, ilustrou que atualmente são mais de 47 milhões de brasileiros com idade acima de 50 anos ou ¼ da população; praticamente a população da Espanha ou de duas Austrálias, por exemplo. “Em 2045, serão 96 milhões de brasileiros acima de 50 anos. Hoje, apenas quinze países no mundo estão neste patamar e o Brasil estará entre eles”, afirmou.
Meirelles também comentou sobre o potencial de consumo desta população. “Juntos, eles somam uma renda de R$ 1,58 trilhão, 4% acima da média nacional e superior a de toda a classe média. É uma população cuja renda principal vem do trabalho (51%), seguida pela aposentadoria (36%)”, citou. As demais fontes de renda são pensão, aluguel, juros e rendimentos. RETA
Sobre o projeto de lei que cria o Regime Especial de Trabalho do Aposentado (RETA), Wesley Mendes, professor da FGV-EAESP, comentou as ações que foram realizadas junto à Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). “Nós fizemos um estudo profundo sobre o idoso e o mercado de trabalho, focando na população de 60 anos ou mais”, afirmou.
Entre as principais constatações, estão: 81% dos que trabalham estão na informalidade – taxa que é quase o dobro da informalidade do mercado em geral –; 24% da população acima de 60 anos estão no mercado de trabalho e 55% trabalham com jornada reduzida/ horários flexíveis, o que a CLT não permite. “É preciso criar condições legais para tirar a população acima de 60 anos da informalidade”, defendeu.
O projeto de lei prevê relações trabalhistas mais flexíveis e, em linha com o Estatuto do Idoso, incentivos para empresas que contratam pessoas aposentadas com idade acima dos 60 anos.
Também faz parte das ações do Instituto de Longevidade Mongeral Aegon o Movimento REAL.IDADE, cujo foco é reunir apoiadores dos mais diversos segmentos da sociedade, e que dispõe um portal com temas e informações relevantes para pessoas acima dos 50 anos de idade. Sobre as expectativas, Molina comentou: “eu espero que, no curto prazo, ele se firme como um instituto de pessoas que pensam e proponha soluções e que em 6 anos ou 7 anos tenha um exército de seguidores”, concluiu.
Fonte/Autor por: Revista cobertura