O brasileiro sabe enfrentar os desafios e garantir sua sobrevivência em tempos difíceis para a economia do país. Naturalmente ele busca meios de complementar a renda familiar e muitos escolhem abrir o próprio negócio. Em pesquisa realizada pelo SEBRAE no ano de 2013, 80% dos entrevistados consideram que abrir uma empresa é uma opção desejável de carreira. Para muitos, abrir uma empresa é a solução de vários problemas, mas ao mesmo tempo, pode criar-se muitos outros quando o negócio é mau administrado.
O Brasil, apesar de ter um número expressivo de empreendedores, precisa sanar algumas questões que não favorecem a disseminação do empreendedorismo. A cultura brasileira de dar-se um jeito garante o improviso e a falta de preparo daqueles que assumem a responsabilidade de cuidar do próprio negócio. O jeitinho brasileiro promove a coragem e a capacidade de enxergar oportunidades inéditas no mercado, o que claro, é um diferencial aos empreendedores, mas não é o suficiente para que a empresa não feche ainda nos primeiros anos de mercado.
Questões como cultura, educação, burocracia e custos tornam o Brasil um ambiente não tão propício para os empreendedores. O fracasso, na visão do brasileiro é um fator determinante para arruinar a carreira do empreendedor e poucos valorizam a persistência daqueles que já falharam, mas tentaram até alcançar seus objetivos.
A sala de aula que deveria promover a busca de conhecimento restringe o aluno e não permite que ele pense além dos muros da instituição de ensino e o empreendedor não é identificado como parte atuante e importante na economia do país. Além disso a burocracia torna a abertura da empresa pouco acessível e factível para quem não conhece os processos e procedimentos iniciais. Fora a burocracia, os custos também pesam no bolso do empreendedor brasileiro que tem de arcar com diversas taxas, impostos e encargos trabalhistas.
Gabriel Kallas, sócio-fundador da Toro Radar – empresa de análise de investimentos que também ensina como investir na Bolsa de Valores – fala sobre como foi sua experiência como empreendedor no Brasil:
“O brasileiro quase não tem educação empreendedora, as instituições de ensino não fazem o aluno ir além, muita teoria traz um bom embasamento mas é preciso praticar. Tínhamos 3 coisas que faziam a diferença: uma ideia inovadora, um grande sonho, uma enorme vontade de vencer e dividir nosso sonho com outras pessoas. Ainda assim, precisávamos buscar outros conhecimentos para iniciar a empresa, que surgiu quando ainda estávamos na faculdade.”
Gabriel ainda fala sobre outros desafios de empreender no Brasil:
“É importante mostrar para quem está começando que nem todos conseguem alcançar o sucesso na primeira tentativa. Persistir é fundamental na trajetória do empreendedor. Por mais que o empreendedor brasileiro tenha que lidar com muitas dificuldades, precisamos estar preparados para vencermos esses desafios.“