A morte é, sem dúvidas, um tabu para grande parte das culturas. E, para além dela, há também um medo: o da invalidez permanente, que leve um indivíduo a depender totalmente de terceiros para sobreviver. O artigo abaixo, publicado originalmente em inglês no site LifeHelthPro, aborda esse assunto e eleva a importância do planejamento para situações de crise. Uma das maiores dificuldades dos corretores de seguro de vida é conseguir abordar de forma pragmática um assunto tão difícil e conscientizar as pessoas sobre os riscos de sua mortalidade, ajudando para que estejam preparadas em situações difíceis. Confira o texto de Lynette Gil.
A verdade mórbida sobre a qual ninguém quer pensar
Não é segredo nenhum que todos irão morrer. Esse é um fato estabelecido pela ciência e pela impossibilidade determinada pelo tempo. De qualquer maneira, não haveria problemas em falar sobre a morte enquanto a pessoa em questão ainda está viva. Sim! Isso deve ser parte das conversas dos “planos para a morte”, far com as famílias e os entes queridos sobre o que deverá de feito quando a hora chegar. Mas, às vezes, essa conversa é tão controversa e tabu que ninguém quer falar ou até mesmo pensar sobre isso.
Por quê? Por que há tanto medo de falar sobre algo tão natural quanto a morte? Para alguns, é a sua própria morte realidade que não querem encarar, mantendo escondida sob a rotina diária. Para outros, falar sobre morte pode ser igual a desejar que ela aconteça para a pessoa de quem se fala, ou até para si mesmo. Pensar nisso poderia significar o desejo e essa noção é reforçada por afirmações como: “Eu não deveria estar pensando dessa forma” ou “Eu não deveria estar falando dessa forma” sobre o assunto. Isso também explica porque existem tantos eufemismos sobre morrer e morte. Parece ser muito duro dizer a palavra morte ou qualquer conjugação do verbo “morrer”.
Mas e se algo acontecer, digamos, um acidente, e você ou outra pessoa querida for pego de surpresa em uma situação ruim. Se você ficar de cama e necessitando de cuidados médicos, ainda que por algumas horas do dia. Estaria tudo bem, então, falar sobre a morte? Estaria tudo bem dizer que “Bem, teria sido mais fácil se eu (ou o outro) tivesse morrido do que viver assim…”
Isso soa severo. Não apenas severo, mas é também como se a pessoa dissesse que de fato está desejando a morte da outra pessoa, ou desistindo da própria vida. Mas de uma maneira muito triste, isso é algo que as pessoas pensam e, às vezes, falam quando estão passando por situações difíceis.
E, às vezes, isso é exatamente o que um membro da família que fornece cuidados para seu ente querido – um trabalho intensivo emocional e fisicamente – são levados a pensar, como isso ocorreu com essa pessoa que era saudável e agora está presa em uma cama. Enquanto um lida com sua brusca e nova realidade de cuidador, não há como evitar imaginar como o paciente está se sentindo e o que está pensando. Eles eram independentes alguns minutos atrás e agora não são mais; seu futuro pode parecer sombrio, especialmente se sua condição médica é algo irreversível.
Ou, talvez possa melhorar, mas precisará de ajuda de um profissional fazendo os cuidados necessários em casa, por algumas horas por dia, pelo menos, se uma casa de repouso não for uma alternativa melhor e mais viável. Então, na realidade, eles não são mais independentes. É preciso muito empenho para admitir que precisam de ajuda.
Existe também o “fator teimosia” e como nossa sociedade julga esses casos. É muito difícil dizer a uma pessoa teimosa, que fez sua vida por seus próprios méritos, que eles precisam de ajuda, que mesmo que tudo que eles desejem seja ir para casa e ser eles mesmos, não podem mais fazer isso. Além disso, se não há um plano de cuidados no longo prazo, a tensão financeira tanto para o paciente quanto para a família é imensa. E se a família e o paciente não puderem arcar com uma boa enfermeira ou um bom agente de tratamento em casa?
Enquanto é mais fácil falar do que fazer – como com qualquer coisa na vida – essa é a única maneira de um idoso poder viver confortavelmente em sua própria casa. Mas quando não há suporte e as alternativas são quase nulas, uma casa de repouso pode ser o caminho certo para agir. No final, se nenhuma alteração da vida acontecer e alguém for sortudo o bastante para apenas “morrer dormindo”, então não terá feito nenhum mal ter tido esse tipo de planos em primeiro lugar.
*Artigo de autoria de Lynette Gil, originalmente no site: Life HealthPro