Fonte: Boletim Acontece
Logo no primeiro dia de atividades, 9 de outubro, os congressistas assistiram ao painel sobre o tema central do evento: “Crescer e desenvolver: o caminho é simples?”. Mediados pelo presidente da Escola, Robert Bittar, os debates contaram com a participação do secretário executivo do Ministério da Fazenda, Tarcisio Godoy, do presidente da Fenacor, Armando Vergilio, do superintendente da Susep, Roberto Westenberger, do presidente da CNseg, Marco Antonio Rossi, do presidente do Conselho de Administração da Porto Seguro, Jayme Garfinkel, e do presidente do Conselho de Administração da SulAmérica, Patrick de Larragoiti.
O representante do Governo Federal, Tarcisio Godoy, foi o primeiro a falar. Ele reconheceu a relevância do setor para a economia do País, afirmando que o seguro é peça-chave para as políticas de desenvolvimento econômico do Governo. “A população aumentou sua renda e mais de 50 milhões de brasileiros ascenderam à classe média nos últimos anos. Essas pessoas precisam proteger suas vidas, sua saúde, seus bens, e é o seguro que vai dar essa tranquilidade”, salientou.
O secretário comentou as ações do Governo para amenizar, combater e reverter a crise econômica do País, a qual acredita ser transitória. Para ele, é necessário atingir ajuste e equilíbrio fiscal de curto prazo para resolver questões de natureza orçamentária.
A solução para os problemas também passa pela redução na taxa de juros, a fim de propiciar a retomada de investimentos e um ambiente de negócios saudável para investidores de longo prazo. “Diversas reformas estão em curso, a Agenda Brasil tem mais de 60 itens e está sendo discutida com todos os segmentos, inclusive o de seguros”, finalizou.
Seguradores e corretores têm que ofertar produtos simples e atraentes
Também em referência à crise, para Roberto Westenberger, superintendente da Susep, a virada do jogo na indústria de seguros se inicia com o corretor, responsável pela distribuição dos produtos. “O exército de corretores tem que ir além das fronteiras já conquistadas, adotando uma postura proativa e agressiva”, orientou.
O titular da autarquia recomendou que a classe busque educação, capacitação e atualização continuadas, pois o mercado está cada vez mais complexo e os profissionais que nele atuam precisam entender e acompanhar as mudanças em curso. “Nesse sentido, lembro a importância do programa de certificação técnica oferecido pela Escola Nacional de Seguros”, elogiou.
Na opinião de Marco Antonio Rossi, presidente da CNseg, entender o perfil e as necessidades do novo consumidor é o pulo do gato para o mercado crescer e se desenvolver. Segundo dados de pesquisa, 80% das pessoas entre 18 e 24 anos levam celular ou iPad para a cama antes de dormir, e 50% da população em geral adotam o mesmo comportamento.
“Vivemos um mundo novo, que consome produtos de formas diferentes. Em 2016 teremos 50% da força de trabalho formada pela geração Y, que já nasceu na era da internet. Seguradores e corretores têm que ofertar produtos mais simples e atraentes, de maneira mais ágil”, frisou.
Em sua explanação, o presidente do Conselho de Administração da Porto Seguro, Jayme Garfinkel, defendeu a criação de um plano de nação para o Brasil, mesmo que, para isso, seja necessário tomar duras medidas no curto prazo, para que se possa gerar riqueza no longo prazo. “Inovação e empreendedorismo são essenciais para nesse cenário, mas esbarram em dificuldades e burocracias do País”, lamentou.
“Não dá mais para empurrar tantos problemas para debaixo do tapete”
Ao relatar experiências vividas em recente viagem ao exterior, onde se reuniu com investidores de mercado emergentes, Jayme afirmou ter voltado entusiasmado com o que viu. “As coisas lá são bem feitas, funcionam, também podemos ser assim. Já passou da hora de melhorarmos, não dá mais para empurrar tantos problemas para debaixo do tapete, sob pena de comprometermos as gerações futuras”, advertiu.
Em uma apresentação voltada para aspectos mais práticos, Patrick de Larragoiti, presidente do Conselho de Administração da SulAmérica, deu vários conselhos aos corretores. Segundo ele, o contato permanente e presencial é fundamental para que seja possível conhecer o universo do cliente, sua família, seu comportamento. Assim, a oferta de produtos passa a ser feita de maneira mais assertiva.
Outra dica do executivo foi para os corretores trabalharem segmentos não impactados pela crise, como o de exportação e agrícola. Na busca por esses novos horizontes, o investimento em capacitação e treinamento é obrigatório, segundo Patrick. “Faço questão de ressaltar a importância da Escola Nacional de Seguros, uma das melhores e mais premiadas do mundo, exemplo de profissionais dedicados e tão bem comandada pelo presidente Robert Bittar. O mercado tem que usar mais os serviços dessa instituição”, recomendou.
O painel foi encerrado com pronunciamento do presidente da Fenacor, Armando Vergilio. Segundo ele, o mercado de seguros tem dinâmica própria e descolada de cenários macroeconômicos, já que continua crescendo mesmo diante da crise.
Armando destacou a importância do órgão fiscalizador e regulador, que deve ser enérgico e robusto, e defendeu a criação da entidade autorreguladora dos corretores de seguros. “Só espero que essa entidade seja totalmente independente e possa fiscalizar todos os profissionais, filiados ou não a ela”, finalizou.