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Mercado de seguros pode oferecer proteção contra ataques digitais

Na tarde desta quinta-feira (30), a Conseguro 2021 o assunto foi o boom dos seguros contra riscos cibernéticos. As vendas desse produto dispararam este ano, chegando a R$ 41,2 milhões, de janeiro a junho, um aumento de 132,1% frente aos R$ 17,8 milhões em igual período de 2020, segundo a Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg). O tema foi abordado no painel “Segurança Cibernética”, com o palestrante Victor de Almeida França, coordenador de Regulação de Riscos Ativos e Controle da Superintendência de Seguros Privados (Susep).

Os debatedores foram Carlos Frederico Ferreira, CEO da Austral Seguradora, Wagner Pereira, especialista em Cyber Security da Zurich, e Diego Marins Massara, membro da Comissão de Assuntos Jurídicos da CNseg e superintendente Jurídico Corporativo da Junto Seguros. Já a moderação ficou por conta de Sylvia Varoto, membro da Comissão de Assuntos Jurídicos da CNseg e superintendente Jurídica da Allianz Seguros. Para os executivos, diante da realidade do aumento dos ataques cibernéticos, a atuação dos órgãos reguladores é fundamental e indispensável.

Victor falou sobre o ponto de vista da Susep na importância da segurança cibernética e o que se espera do mercado de seguros. “Não dá pra iniciar esse bate-papo sem falar do fenômeno da transformação digital. Ela é basicamente a incorporação de tecnologias digitais à solução de problemas tradicionais. Estamos falando de tecnologias cada vez mais disruptivas”, revelou. De acordo com o coordenador, a grande maioria das seguradoras deve estar passando por processos como esse. Os impulsionadores são as novas tecnologias, pressão de concorrentes e consumidores, novas necessidades e ambiente regulatório.

“Esse mundo novo vem com novos riscos”, destacou. Victor alertou que os ataques cibernéticos são uma ameaça mais do que real. De acordo com uma pesquisa realizada pela Accenture em 2019, o Mercado de Seguros atingiu a faixa de 15 milhões de dólares no custo médio de cada ataque. “O setor é bastante visado, intensivo em dados. A tendência é aumentar. O Brasil registrou mais de 8,4 bilhões de tentativas de ataque em 2020, e no primeiro trimestre de 2021 já foram 3,2 bilhões”, disse.

O coordenador contou sobre a nova Circular 638/21, em que a Susep aborda a política de Segurança Cibernética, prevenção e tratamento de incidentes, terceirização de serviços de processamento e armazenamento de dados.

Wagner afirmou como as seguradoras têm feito para melhorar a segurança da informação, ao mesmo tempo que mantêm a disponibilidade de continuidade dos seus serviços. “É um desafio muito grande, muitas tecnologias foram implantadas em poucos meses para suportar a pandemia, houve um incremento de serviços para um aumento de demanda”, disse.

De acordo com o especialista, as seguradoras já fazem validação de configuração de sistemas, gestão, assistências, temos muito movimento. “Tem que ter parte dos dados controlados. Os métodos de ataque hoje em dia são automatizados, os robôs apontam para os hackers quais são os pontos mais fracos para serem atacados”, disse. Wagner enfatizou que, por melhor que seja a política de segurança da empresa, sempre vão existir exceções. “As empresas precisam ter os riscos mapeados, identificados e acordados”, aconselhou.

Em seguida, Frederico revelou que o crescimento dos ataques despertou uma demanda grande no mercado e necessidade de um produto que pudesse atender. “O seguro cibernético começou na década de 70, e evoluiu para um produto muito mais globalizado. Aqui no Brasil não tínhamos, mas o mercado começou a buscar. O mercado de seguros oferece cobertura de vários tipos”, disse. “Nosso setor tem uma grande capacidade de atender essa demanda”, acrescentou.

 

Fonte: CQCS/ Alícia Ribeiro